16/02/2012

Frustrante e amargo


Antes de tecer quaisquer considerações sobre o jogo, quero manifestar o orgulho que sinto na nossa equipa: Embora em alguns casos nem sempre perfeitos, os jogadores foram de uma superação inacreditável, esforço esse que ia sendo bem
perceptível nas expressões faciais de cada um deles. Tudo fizeram para equilibrar forças, frente a um adversário com evidente vantagem na adaptação ás condições
surreais em que o jogo foi disputado. Pela capacidade de sacrifício, estão de parabéns.

Foi um jogo frustrante e amargo. Frustrante, porque mesmo naquelas condições senti que tínhamos capacidade e qualidade para um pouco mais, ainda que esse pouco já fosse pedir muito a quem arduamente marchava por caminhos de cabras no meio de um inferno gelado. Frustrante, porque apesar de tudo quer-me parecer que fizemos o suficiente para, com uma pontilha de sorte e também melhores
definições no último terço do terreno, sairmos daquele batatal impraticável com um melhor resultado, quiçá a vitória. Frustrante, porque depois de termos entrado muito bem na segunda parte, controlando o jogo, pressionando e não deixando jogar o Zenit durante largo tempo, acabámos por sofrer golo na primeira jogada com princípio, meio e fim que eles fizeram no segundo tempo. Frustrante, porque a única coisa que impediu Nico Gaitán de fazer um grande jogo foi a sua cabeça, bastando que por duas ou três vezes tivesse pensado mais na equipa do que nele
próprio, para hoje andar não só ele como todos os seus colegas nas bocas da Europa por bons motivos. Frustrante, porque vi jogadores que já deram muito ao Benfica a terem uma noite infeliz. E foi muito amargo, porque nem mais um recital de Aimar em relvados que dizem matar o argentino chegou para ganharmos ou empatarmos, e ainda ficámos sem El Mago para "segunda parte". Foi como um rebuçado que entra doce mas no fim deixa um sabor amargo. Num jogo em que o empate talvez fosse o resultado mais ajustado, a derrota por 3-2 acabou por deixar a eliminatória em aberto.

Temos condições para no nosso estádio, sobre o nosso relvado, no nosso clima e perante os nossos adeptos darmos a volta à eliminatória? Penso que sim, mesmo sem Aimar. Mas o pior erro que os nossos jogadores e treinador podiam cometer, era pensarem que perderam na Rússia única e exclusivamente devido ao clima e ao estado deplorável do terreno. Também foi por isso, mas o adversário teve parte da culpa. O Zenit, com ou sem Danny, é uma equipa que merece respeito em qualquer estádio. É agressiva, forte, rápida, perigosa em contra-ataque e também tem intérpretes com qualidade técnica para num relvado decente praticar bom futebol. Acredito que podemos ser superiores em Lisboa, mas este Zenit é um adversário que não devemos subestimar.

Individualmente gostei de Aimar, Bruno César e Gaitán muito a espaços. Nota para o colectivo: achei que no geral houve entrega, mas sei que alguns deles podem fazer técnica e tacticamente mais.

BENFICA SEMPRE!!

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