08/04/2011

4 - 1, não tanto uma crónica


Quanto ao jogo e à justeza do seu desfecho, pouco há a dizer. O Benfica fez mais do que o suficiente para matar já a eliminatória. Foi uma vitória categórica e o resultado, apesar de excelente, peca por escasso. Fomos muito fortes e jogámos bem, ainda assim fiquei com a mesma sensação que tinha ficado no final do último jogo. Acho que o Glorioso é capaz de jogar bem mais, de ser mais constante e principalmente de cometer menos erros.

Mas há um problema a resolver

Não, não me refiro a Roberto. Refiro-me sim ao nosso sistema. Já foi debatido entre os benfiquistas, mas é mais complicado de resolver do que parece. Em termos atacantes nada há a dizer, jogando umas vezes melhor, outras pior, a equipa cria sempre oportunidades de golo. Já em termos defensivos, particularmente quando perdemos a bola, este 4-1-3-2 começa a ser insustentável contra equipas de maior valor. O Benfica não pode continuar a deixar Javi sozinho no meio-campo defensivo. Os desequilíbrios nessa zona, contra equipas mais fortes, têm sido evidentes. Quando Javi Garcia se desdobra em ajudas aos seus companheiros, ainda mais perigoso se torna. Mas percebe-se o porquê de Jesus não mudar o sistema, é que para isso terá que transformar radicalmente o futebol encarnado. Para jogar no sistema 4-2-3-1 e dessa forma povoar mais o meio-campo, Jesus teria que prescindir de uma destas três peças: Cardozo, Aimar, ou Saviola. Qualquer um deles é importantíssimo na dinâmica ofensiva da equipa, para além do natural entrosamento já existente entre os mesmos nestas duas épocas ás ordens de Jorge Jesus. O Benfica ganharia consistência defensiva, não permitiria tanto espaço de manobra no nosso meio-campo defensivo como temos visto, mas perderia dinâmica ofensiva e afectaria os movimentos para os quais os nossos atacantes estão rotinados. Ainda assim, penso que Jesus devia testar outro sistema para defrontar equipas competitivas. Porque não testá-lo antes contra equipas fracas? Apesar de tudo, Jesus perceberá mais de futebol do que eu ou qualquer um de nós, esperemos que de algum modo ele corrija aquele que, a meu ver, é dos poucos, se não mesmo o único problema de maior que vejo no Benfica. Hoje, fomos resolvendo tudo com o nosso talento, mas aqui e ali foram sendo notórias as referidas falhas.

Os Mais: Salvio, fez um grande jogo e marcou dois golos de belo efeito; Coentrão, uma autentica arma de guerra; Aimar, um Maestro que transpira musica; Saviola, marcou e fez jogar; Maxi, já tinha saudades; Gaitán, teve pormenores soberbos, mas tem que ser mais responsável com a bola no pé; Jardel, não comprometeu; e Jara lutou.
Os Menos: Roberto, para mim não é o culpado de tudo, mas as suas falhas vão acontecendo e como tal tenho que o mencionar. Esteve de novo mal, precisa ser psicologicamente mais forte.

De Futuro: Estamos quase nas meias-finais da Liga Europa, é altura para gerir esforços e fazer experiências caso Jesus assim o entenda. Pensar num plano B, um plano que traga consistência ao nosso futebol sem afectar substancialmente a dinâmica ofensiva. Recuperar Rúben Amorim e Airton, seria a cereja no topo do bolo nesta fase.

BENFICA SEMPRE!!

5 comentários:

Anselmo Damasio disse...

Concordo, realmente o Benfica devia ter dois sistemas de jogo. Quanto ao Roberto já o critiquei, já o defendi e dei-lhe o beneficio da dúvida. E cheguei à conclusão que ele não serve para o Benfica, nós precisamos de um grande guarda-redes e não de um guarda-redes que faz grandes exibições de vez em quando, como fez aliás contra o PSG. Infelizmente ele tem desequilibrado mais a favor dos adversários.

RUMO ÀS MEIAS, agora que venha a filial do fcp, quanto à final espero encontrar o Vilarreal não por ter medo do fcp, simplesmente porque acho que uma organização criminosa não merece estar num palco de uma final europeia de futebol.

SAUDAÇÕES GLORIOSAS

mWo disse...

Caro Berrante, foi golaeda é verdade, mas foi escassa pa caraÇas! Deviam ter sido praí 7 ou 8!
Quanto ao Roberto, como sempre o apoiei, estou à vontade para dizer que neste momento é melhor ele ir passar uns tempos ao banco e deixar o Júlio César jogar! Ouviste Jesus? LOL
Concordo consigo quando refere que nos grandes jogos, o Benfica não deve jogar "tão ao ataque", ou seja, com o Javi a ficar isolado a enfrentar o meio-campo adversário, que mais facilmente pode desequilibrar.

AbraÇo e SaudaÇões Benfiquistas companheiro!

Anónimo disse...

A solução do meio campo passa por ter mais "gás" e pulmão nos médios de ataque.
O que não é o caso de Pablo Aimar e de Saviola.
Javi é indiscutível e o sistema de JJ quase perfeito.
Numa alternativa, deverão ser os alas a recuar para dar apoio ao meio campo.
Capacidade física e espírito de sacrifício, exigem-se.

Os exemplos de Maxi Pereira e de Fábio Coentrão são isso mesmo: exemplos a seguir.

É fundamental não deixar saír Coentrão e Sálvio.
Exigível, também, um esforço financeiro. Investimento não é sinónimo de despesa.

Roberto é um caso para pensar.
Se não fosse ele, não estria o Benfica nos 1/4 final. Tínhamos caído aos pés do PSG.
Mas há ali algo que é preciso perceber.

Anónimo disse...

Boas,

Concordo com o Observador, o problema aqui é que os nossos alas não são tão bons a defender como era o Ramires no ano passado. Em relaçao ao Roberto, nunca fui GR e não tenho a certeza que a culpa seja inteiramente dele.

Cumprimentos
João Rei

Berrante De Encarnado disse...

Caríssimos amigos,

Quando fiz esta analise, já tive em conta as naturais limitações defensivas dos nossos extremos com características atacantes e a não continuidade de Ramires no plantel. Não se pode ter tudo.

BENFICA SEMPRE!!

Cumprimentos