Divertimento

Ponto prévio em uma palavra: Espectacular! 

Dito isto, a sensação com que fiquei no final deste jogo na Turquia, foi a de que os jogadores mais talentosos do Benfica estiveram a divertir-se à grande e à francesa. O divertimento era tanto e tão bom, que a determinada altura parecia que os nossos rapazes estavam com pena do adversário. Se por um lado fiquei absolutamente deliciado e cheio de esperança com tantos pormenores fantásticos e, principalmente, com a segurança quase displicente com que a equipa controlou o jogo, por outro lado compreendo as palavras de Jesus no final, quanto mais não seja pelo dinheiro das vitórias que está em jogo. Estou convencido de que este desperdício não irá repetir-se muitas vezes, mas verdade seja dita: Este era um jogo para acabar em goleada.

Apesar das tentativas, a equipa turca nunca conseguiu pressionar-nos como certamente desejava, muito por culpa de um meio-campo benfiquista dinâmico na saída da pressão para os ataques rápidos, e mais compacto do que é habitual a defender. Isto sim, é um sistema mais realista para o nosso plantel. Jogámos naquilo que à primeira vista aparentava ser um 4-4-1-1, com Witsel ao de Javi e Aimar nas costas de Saviola. Mas na realidade foi mais um 4-2-3-1 ou 4-5-1 a maior parte do tempo, já que Aimar recua mais ao meio-campo e, é mais eficaz a fazê-lo, do que Saviola costuma ser, continuando assim a ser o número 10 da equipa quando esta tem posse de bola. Com esta forma de jogar as melhorias saltam à vista - e estamos a falar de uma equipa pouco rodada neste sistema, o que dá que pensar - , pois não são concedidas tantas facilidades na transição defensiva, e a primeira fase de construção ganha logo outra dimensão e fluidez. Há mais linhas de passe curto e, consequentemente, mais probabilidades de uma posse de bola com qualidade e segurança. No ataque, com mais ou menos elementos, temos sempre jogadores de elevadíssima qualidade que podem resolver.

Nem me atrevo a escrever sobre a enxurrada de oportunidades e lances deliciosos do nosso ataque, sector que não me preocupa, quero apenas deixar algumas notas sobre a defesa: Clara evolução no sector, que só por duas vezes em 90 minutos foi batido, sendo que numa delas havia fora-de-jogo nítido. Ainda assim, aqui e ali, é perceptível alguma falta de entrosamento, como por exemplo em lances que os dois Centrais vão ao mesmo homem e deixam outro sem marcação. Nada que o tempo e os treinos não possam corrigir. Para já estou a gostar muito.

Individualmente: Adorei ver Axel Witsel, uma máquina de defender e atacar que pode dar um excelente box-to-box; Aimar, em quem a classe parece não ter fim; e Nolito, de quem é difícil não gostar. Gostei também de Gaitán, Matic, Garay e do Capitão.

BENFICA SEMPRE!!